sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Os Agentes Clareadores



Didaticamente, os agentes clareadores podem ser classificados em dois grupos diferentes: os usados no consultório e aqueles que são auto-administrados pelos pacientes em casa.
Usados no consultório:

1- Peróxido de hidrogênio (água oxigenada): Esse parece ser ainda hoje o produto mais efetivo para clarear dentes. Mais comumente usado nas concentrações de 30 a 35%. Para aumentar o seu poder de ação, tem sido recomendado o emprego de calor. Apesar de muito eficaz, ele é muito cáustico, portanto perigoso. Requer cuidados e técnica muito apurada.
2- Perborato de Sódio: É usado como coadjuvante junto ao peróxido de hidrogênio para aumentar o poder clareador. Misturando-se os dois, forma-se uma pasta espessa que é usada para o clareamento de dentes tratados de canal.
3- Ácido clorídrico: Não se trata de um clareador na essência da palavra. É empregado na técnica de micro-abrasão associado a outros compostos como a pedra pomes, água oxigenada e éter anestésico. Seu efeito clareador está no pequeno desgaste que provoca na superfície manchada do esmalte, removendo-a. É o mais perigoso de todos. Altamente cáustico. Requer técnica ortodoxa.
Auto-administrado pelo paciente:
1- Peróxido de carbamida: Encontrado na forma de gel com concentrações que variam de 10, 15, 16 e 22%. Recebeu grande divulgação na mídia e tornou-se muito popular, chegando até a ser vendido na televisão e supermercados. Quando em contato com os dentes, libera oxigênio nascente (O-), real responsável pelo clareamento. De uso seguro, não traz danos aos dentes, mucosas, saúde geral e materiais restauradores. Apesar de auto-administrável, só deve ser adquirido e aplicado sob indicação e orientação de um dentista.
2- Peróxido de hidrogênio: Em concentrações menores daquelas usadas em consultório (5,5 ou 7,5%). Para ser aplicado com o auxílio de moldeiras, normalmente indicado na manutenção de um tratamento executado no passado.

Clareamento Dental


A estética facial e o sorriso estão intimamente relacionados. No mundo moderno e civilizado, dentes brancos, bem contornados e bem alinhados estabelecem o padrão de beleza. Tais dentes são, não apenas considerados atraentes, mas indicam saúde nutricional, amor próprio, status econômico e sexualidade.


De todas as espécies animais, a humana é a única que pode sorrir. Mas quantas pessoas perdem a auto-estima devido a um sorriso ou estética dental prejudicada, levando-as a se comportarem de maneira reservada e tímida. Nesses casos que, dependendo da causa e intensidade da alteração de cor, o CLAREAMENTO DENTAL passa a ser a primeira alternativa


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O que esperar de sua visita ao dentista?

O que acontece durante a visita ao dentista?

Antes de qualquer coisa, é importante achar um profissional com quem você se sinta à vontade. O passo seguinte é marcar uma consulta para um exame completo, mesmo que aparentemente não haja nada de errado. Na sua primeira visita, o dentista fará perguntas buscando levantar um pouco do histórico da sua saúde geral. Nas visitas seguintes, não deixe de informá-lo sobre qualquer mudança no seu estado de saúde. Na maior parte das vezes, as visitas ao dentista se resumem a uma revisão do estado de integridade e higiene dos dentes. As consultas de rotina, que incluem a limpeza dos dentes e que, de preferência, devem ser feitas a cada seis meses, ajudam a manter seus dentes mais limpos e a durarem mais e ajudam a evitar o desenvolvimento de problemas que podem chegar a causar dor.


Profilaxia e limpeza dos dentes: As revisões quase sempre incluem uma limpeza geral dos dentes. O dentista usará instrumentos especiais para raspar a região do dente localizada abaixo da linha da gengiva, removendo placa e tártaro que podem causar gengivite, cáries, mau hálito e outros problemas. O profissional também poderá passar fio dental e polir os seus dentes.

Exame completo: Seu dentista fará um exame cuidadoso de seus dentes, da sua gengiva e mucosa da boca, procurando sinais de enfermidades ou outros problemas. O objetivo aqui é ajudar a manter a saúde da sua boca e, se houver problemas, identificá-los e tratá-los o mais rápido possível, antes que se agravem.

Radiografías: Dependendo da sua idade, dos riscos de doença e dos sintomas apresentados seu dentista poderá recomendar que sejam tiradas radiografias, para ajudar no diagnóstico de problemas que não poderiam ser detectados de outra maneira, como, por exemplo, danos aos ossos do maxilar ou da mandíbula, dentes que sofreram trauma, bcessos, cistos ou tumores e cáries entre os dentes. Os consultórios modernos têm aparelhos que praticamente não emitem radiação - não mais do aquela a que você se exporia se ficasse um dia no sol ou assistindo TV durante um final de semana. Como medida de precaução, você deverá usar um avental de chumbo no momento de tirar as radiografias. Em caso de gravidez, informe seu dentista, uma vez que este tipo de exame só deve ser feito em casos de emergência. Talvez seja necessário tirar uma radiografia panorâmica. Este tipo de radiografia proporciona uma imagem completa da arcada dentária inferior e superior e auxilia o dentista a analisar a oclusão e a relação entre os diferentes dentes.

Com que freqüência deve-se ir ao dentista?

Se seus dentes e gengivas estiverem em boas condições, você poderá esperar de três a seis meses até a próxima visita. Porém, se houver necessidade de tratamento (fazer uma restauração, extrair um dente do siso ou restaurar a coroa de um dente) marque uma nova consulta. Não se esqueça de fazer todas as perguntas que tiver antes do término da consulta. Esta é a oportunidade para esclarecer qualquer dúvida que tenha.

fonte: colgate.com.br

Como escolher um dentista


Como escolher meu dentista?

Um bom início é pedir referências para as pessoas em quem você confia: seus amigos, membros de sua família, conhecidos, colegas de trabalho, seu farmacêutico ou o médico da família. Pergunte a eles com que tipo de dentista fazem o seu tratamento dentário (clínico geral ou especialista), há quanto tempo tratam com este profissional e como é o relacionamento que mantém. É importante que você escolha um dentista com quem você se sinta bem. Para escolher bem seu dentista, você pode também:
Ligar para uma associação de dentistas e solicitar uma lista dos profissionais recomendáveis.
Fazer uma busca na Internet. A cada dia aumenta o número de dentistas que têm sites onde explicam seus métodos de tratamento.
Que tipo de dentista eu estou precisando?Os profissionais com formação geral são treinados para fazer todo tipo de tratamento e podem, se for preciso, indicar um dos especialistas relacionados abaixo:


  • Odontopediatra: especializado no atendimento de crianças.
  • Endodontista: diagnostica e trata de enfermidades da polpa dentária e canais radiculares (muitos dentistas gerais também fazem tratamentos de canal).
  • Protesista: especializado na confecção de coroas, próteses dentárias fixas, removíveis ou próteses totais conhecidas como dentaduras.
  • Patologista bucal: usa procedimentos laboratoriais para diagnosticar problemas bucais. Também é especializado em odontologia forense.
  • Cirurgião bucal/maxilofacial: remove cistos, tumores e dentes. É preparado para corrigir fraturas ou outros problemas que exijam tratamento cirúrgico, inclusive da articulação temporomandibular (ATM). Esses profissionais também usam métodos de cirurgia plástica para eliminar ou reduzir problemas do maxilar e da face.
  • Ortodontista: especializado na correção da posição dos dentes por meio de aparelhos ortodônticos.
  • Periodontista: especializado no diagnóstico e tratamento das doenças da gengiva.
Como se tornar um dentista?

Para se tornar um Dentista, é necessário ingressar num curso de Odontologia reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação)e pelo Conselho Federal de Odontologia. O curso tem duração de 5 anos ou 10 semestres e dá direito a licença pelo Conselho Federal de Odontologia, através do nº de CRO, emitido pelo Conselho Regional de Odontologia de seu estado. Após o término do curso, geralmente realiza-se um curso de especialização, onde o dentista escolhe uma das áreas da Odontologia para atuar Ortodontia, Periodontia, Odontopediatria, Cirurgia, entre outras).

Fonte: colgate.com.br

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Relações dos Dentes com os Seios Maxilares







O seio maxilar é uma ampla cavidade ampla escavada no corpo da maxila. Seus esboços embrionários aparecem entre o terceiro e quarto mês de vida intra-uterina como invaginaçao ampuliforme da mucosa olfatória, atrás do canal nasolacrimal, no nível dos sulcos que separam as conchas nasais inferiores das médias, ou seja, na área do futuro meato médio do nariz. É o único divertículo paranasal existente antes do nascimento.
No feto de termo, o seio maxilar apresenta-se como uma fenda horizontal de 10 mm de largura, situada entre a órbita e o processo nasal da maxila, limitada inferiormente pelos germes dos dentes.
O crescimento do seio maxilar em sentido vertical é condicionado pela erupção dos dentes, enquanto o seu crescimento em sentido antero-posterior depende do desenvolvimento da tuberosidade da maxila.
A evolução do seio maxilar em relação à cronologia da erupção dos dentes pode ser resumida da maneira abaixo exposta.
No primeiro ano, o seio maxilar situa-se entre a órbita e os germes do canino e do primeiro molar decíduo. Aos dois anos alcança o segundo molar decíduo. Aos seis anos é a miniatura do adulto e com os seguintes tipos de relações: a) distantes dos dentes decíduos; b) complexas com o germe do canino permanente, como conseqüência dos complicados movimentos de rotação de descida deste dente; c) inicialmente intimas como o germe do primeiro pré-molar, mas depois vão ficando mais distantes; d) muito próximas do germe do segundo pré-molar; e) muito intimas com o primeiro molar; f) distantes com o segundo molar. Aos 10 anos o seio maxilar alcança o ápice do processo zigomático e dos 16 aos 18 anos tem forma e tamanhos definitivos.
Via de regra, admite-se que, entre os 7 e 8 anos de idade, o seio maxilar tem o volume de um noz, permitindo a punção exploradora.
Os conhecimentos acima expostos demonstram que existe um paralelismo do seio maxilar e a erupção dos dentes , tese defendida por Dubecq ao comprovar que o aumento do volume progressivo do seio maxilar acompanha a involução do sistema dental, tal como se observa em indivíduos desdentados que apresentam seios de grandes dimensões.

5.1 Anatomia cirúrgica do seio maxilar.

A via de abordagem preferida para o tratamento cirúrgico da sinusopatias odontogênicas é a que obedece à técnica de Caldwell-Luc, que em resumo consta das seguintes partes:
1. Incisão sobre o sulco gegivogeniano, desde a coluna frontonasal até a crista zigomático-alveolar;
2. Trepanação da fossa canina e da entrada do seio maxilar;
3. Tratamento das lesões patológicas;
4. Contra-abertura nasal praticada por uma janela óssea ao nível do meato nasal inferior atrás do canal nasolacrimal.
Em odontoestomatologia apresentam exepcional interesse as relações anatomotopográficasdo sistema dental com os seios maxilares, já que essas cavidades pneumáticas podem ser lesadas por processos patológicos originados na zona periapical de certos dentes do arco alveolar superior (sinusopatias odontogênicas).Estas noções tem valor inestimável em cirurgia bucal, portanto advertem para as perigosas complicações da abertura inadvertida da cavidade ou da introdução acidental de restos dentais no seio maxilar, que depois exigirão intervenções cirúrgicas.

Relações dos Dentes com as Fossas Nasais





Os dentes incisivos e caninos da maxila têm relações de vizinhança com o soalho das fossas nasais. O estudo dessas relações pressupõe o conhecimento prévio de certos detalhes anatômicos referentes às estruturas que conformam a parte subnasal da maxila, às características das raízes dos dentes e ao índice facial morfológico. Os fatores mencionados sem duvida gravitam em torno da topografia do dente e do nariz.
Do ponto de vista ósseo, as fossas nasais são dois corredores irregulares com o eixo antero-posterior, separados por um frágil septo nasal. São constituídas por ossos diferentes que se articulam, estruturando quatro paredes e duas aberturas, que em conjunto formam uma região comum ao crânio e á face.
O esqueleto das fossas nasais é completado por diversas peças cartilaginosas e por uma túnica mucosa que reveste, sem solução de continuidade, todas as suas paredes e as cavidades pneumáticas com as quais elas se comunicam. O soalho das fossas nasais tem aspecto de canal com concavidade superior, mais largo na parte anterior e com direção antero-posterior. É formado pelas faces superiores do processo palatino da maxila e das lâminas horizontais dos ossos palatinos, que se articulam com o vômer e constituem parte do septo nasal.
Os canais alveolares superiores anteriores circunscrevem a abertura anterior das fossas nasais a pouca distancia de sua parede inferior, peculiaridade aproveitada por Escat para obter anestesia do nervo alveolar superior anterior, colocando um tampão embebido de cocaína a 10% no soalho do nariz. A 20 mm da espinha nasal anterior está o canal incisivo.
Examinando-se a arquitetura da maxila em ser setor subnasal, é possível distinguir a presença de um relevo ósseo que, tendo origem no alvéolo canino, continua com o processo frontonasal da maxila até se perder na extremidade medial do processo supra-orbital; denomina-se coluna frontonasal e é uma parte que separa a fossa nasal do seio maxilar.
A coluna frontonasal é nitidamente desenvolvida nos carnívoros, sendo constituída por uma substancia óssea compactada cujas trabéculas se orientam estrategicamente para suportar pressões máximas.
Entre as tábuas ósseas compactas do palato e soalho nasal há uma camada de substancia esponjosa que, nos cortes paralelos ao plano sagital, tem forma triangular. A espessura ou altura da parte subnasal da maxila varia muito em relação ao índice facial morfológico, fator que, por sua vez, determina os diferentes tipos de crânio facial.de acordo com os valores desse índice facial, classificam-se os seguintes tipos antropológicos:

o Euriprosopos: órbitas, fossas nasais e palatos largos e baixos; ossos zigomáticos salientes e arcos dentais curtos e largos; diâmetro transversal bizigomático maior do que a altura da face; indivíduos de face larga e curta; pequena distancia entre os ápices dentais e o soalho das fossas nasais.
o Leptoprosopos: órbitas e fossas nasais estreitas e largas: palato ogival e arcos dentais alongados; a altura da face é maior que o diâmetro transversal bizigomático; indivíduos de face longa e estreita; os ápices dentais estão afastados do soalho das fossas nasais.
o Mesosprosopos: diâmetro transversal e altura da face equilibrados.

Sintetizando os conceitos expostos, os incisivos centrais e laterais se projetam sempre para o soalho das fossas nasais, qualquer que seja o tipo do crânio. Os caninos mantêm relações variáveis apenas nos euriprosopos, pois nos leptoprosopos estão situados num plano lateral em relação ao soalho das fossas nasais.
Em alguns casos, sobretudo nos indivíduos euriprosopos, os ápices dos dentes estão muito próximos do soalho das fossas nasais, sendo separados destas apenas por uma delgada camada óssea; nos leptoprosopos, com raízes dentais de pouco comprimento, a substancia óssea situada entres os ápices das raízes e o soalho das fossas nasais é esponjoso e tem considerável espessura.
Por outro lado, o soalho das fossas nasais, por ser côncavo, vai se elevando a medida que afasta da linha mediana em direção a coluna frontonasal, razão por que muito dificilmente algum espécime de raiz poderá atingi-lo. Pesquisas pessoais comprovaram que a distancia mínima existente entre os ápices dos dentes e o soalho das fossas nasais é de 2 mm aproximadamente.
A inclinação lingual da raiz do incisivo lateral é bem mais acentuada que a do central, e por isso o incisivo lateral vai se afastando do soalho das fossas nasais até emergir no substancia esponjosa retroalveolar. Isso explica por que os abscessos que tem origem no incisivo lateral afetam com mais freqüência o palato do que as fossas nasais.
Aos conceitos acima expostos é preciso acrescentar, como fator regulador das relações entre os dentes e as fossas nasais, o comprimento de cada raiz dental.
Em síntese, as relações anatomotopográficas dos dentes com as fossas nasais dependem de:

1. Índice facial morfológico;
2. Comprimento e direção das raízes dos dentes.

Os dentes que normalmente se relacionam com o soalho das fossas nasais, a distância variável segundo a forma da face, são os incisivos centrais e os laterais; estes últimos estão mais distantes das fossas nasais devido à direção lingual. No que diz respeito aos caninos, essas relações são possíveis nos euriprosopos, pois devido ao comprimento de sua raiz, esse é o dente que se encontra mais próximo do soalho das fossas nasais.
Não é raro encontrarem-se dentes ectópicos inclusos no soalho das fossas nasais e essa variação pode causar uma síndrome de obstrução nasal ou sinusites, quando acompanhada de secreções muco purulentas. Nesse caso, aconselha-se a abordagem cirúrgica segunda a técnica de Kretschmann. (ilustrado na figura)

Os cistos paradentais com origem em qualquer dos dentes implantados na região subnasal da maxila, quando em estágio avançado, podem comprometer a integridade anatômica do soalho das fossas nasais, empurrando a mucosa que forma uma saliência visível na rinoscopia anterior (sinal de Gerber).


Referência Bibliográfica

-Antomia Odontologica Funcional e Aplicada. Figun/Garino

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Glândulas Anexas ao Tubo Digestório.

GLÂNDULAS SALIVARES

Desenvolvimento

A saliva presente na cavidade oral ,chamada de saliva total , é constituída por várias secreções e outros componentes .Refere-se que esta mistura inclui: as secreções de todas as glândulas salivares (maiores e menores ) ; os produtos do metabolismo da flora bucal ; as células bacterianas ; as células epiteliais escamadas , e as secreções creviculares gengivais (da gengiva narginal dos dentes ) .
Glândulas Salivares
São glândulas exócrinas , localizadas no vestíbulo (bucais e labiais ) e na cavidade bucal ( do assoalho , da língua e palatinas ) , constituídas por ácinos seromucosos e mucosos. As glândulas salivares são estimuladas pelo sistema nervoso autônomo e pelos hormônios vasopressina e aldosterona.As glândulas mais ativas são as submandibulares e as menos ativas são as sublinguais .
A saliva é produzida e secretada pelas glândulas salivares menores , que são glândulas dispersas em toda a camada de epitélio que reveste o palato , os lábios , as bochechas , as tonsilas e a língua , secretam apenas muco com a função de conservar a umidade da mucosa oral ; e as glândulas salivares maiores , que estão localizadas fora das paredes da cavidade oral. Constituídas por três pares de glândulas , são considerados como as principais responsáveis pela secreção da saliva . São elas: as parótidas , as submanibulares e as subliguais .
Aspectos anatômicos das glândulas salivares maiores

As glândulas parótidas são as maiores dos três pares de glândulas, estão localizadas uma de cada lado da face, na frente e abaixo das orelhas. Secretam saliva serosa através dos ductos de Stenon, que medem 5 cm de comprimento por 5 mm de diâmetro .Este ducto cruza o músculo masseter , perfurando o músculo bucinador e abre-se no vestíbulo lingual na altura da coroa do segundo molar superior.
Quanto a vascularização , as glândulas parótidas são supridas por ramos das artérias carótidas externa e temporal superficial . as veias dessas glândulas drenam para a veia jugular externa .
A inervação das parótidas é derivada do nervo auriculotemporal e de fibras do sistema nervoso simpático e parassimpático . As fibras simpáticas provém do nervo glossofaríngeo (IX par craniano) e, quando estimuladas , produzem o aumento do fluxo da saliva aquosa . Já as fibras simpáticas originam-se dos gânglios cervicais ; sua estimulação produz uma saliva mucosa espessa . As glândulas par'tidas são responsáveis por 20% da saliva secretada pelo homem .
As glândulas submandibulares estão localizadas medialmente ao ângulo mandibular ficando protegidas pelo corpo da mandíbula .Cada uma dessas glândulas apresenta o formato de 'U" e tem aproximadamente o tamanho de um polegar. São palpáveis como uma massa amolecida sobre a porção posterior do músculo milo-hióideo quando este se encontra contraído , como por exemplo , ao se forçar a região anterior da língua contra o palato duro.
Secretam a saliva tipo mista (serosa e mucosa) , rica em glicoproteínas através dos ductos de Wharton . Os ductos submandibulares apresentam a proximidade com a musculatura supra-hiódea , ou seja , refere que os ductos se originam da porção galndular situada entre os músculos milo-hióideo e hioglosso . Além disso , cada ducto submandibular passa profundamente e depois superficialmente ao nervo lingual.. As aberturas desses ductos para a cavidade oral se dão através de três orifícios agrupados em duas pequenas papilas , facilmente visíveis ao lado do freio lingual.
O suprimento sanguíneo das glândulas submandibulares provém do ramo submental da artéria facial , e o controle nervoso se dá pelas fibras secreto-motoras parassimpáticas . Essas glândulas são responsáveis por 70% da saliva secretada pelo homem .
As glândulas sublinguais são as menores dos três pares de glândulas salivares . Situadas mais profundamente , encontram-se no soalho da cavidade oral e inferiormente à língua . Secretam saliva do tipo mista (mucoserosa) através dos ductos de Bartholin . Muitas vezes esses dois ductos podem vir unidos , formando a conhecida carúncula sublingual .
As sublinguais são supridas pelas artérias sublingual e submental , ramos das artérias lingual e facial , respectivamente . O controle nervoso é derivado dos nervos lingual e corda do tímpano , além das fibras secreto-motoras simpáticas e parassimpáticas. Essas glândulas são responsáveis por apenas 5% da saliva secretada pelo homem .
Glândulas salivares menores ou acessórias

São um conjunto de 400 a 500 pequenas glândulas espalhadas por toda a mucosa bucal , exceto gengiva e metade anterior do palato duro . Juntas são responsáveis pelos 5% restantes da saliva secretada pelo homem.
São elas :
Acessórias labiais: estão na mucosa labial e secretam saliva mucosserosa.
Acessórias jugais: estão na mucosa jugal (mucosa das bochechas) e secretam saliva mucosserosa .
Acessórias sublinguais ou glândulas de Rivinus: secretam saliva mucosserosa pelos ductos de Rivinus ; localizam-se no assoalho bucal na região sublingual e são chamados também de acessórias bucais
Acessórias palatinas: secretam saliva apenas mucosa e se localizam na metade posterior do palato duro
Acessórias do palato mole e úvula: secretam saliva mucosa.
Acessórias glossopalatinas: secretam saliva mucosa.
Acessórias do coxim retromolar: secretam saliva mucosa e estão na mucosa retromolar .
Acessórias linguais
Glândulas de Blandim e Nuhn: secretam saliva seromucosa e estão na porção anterior da língua .
Glândulas de Ebner: secretam saliva apenas serosa e estão associadas às papilas calciformes.
Glândulas da raiz da língua: secretam saliva apenas mucosa .
Tipos de Saliva
Serosa
É a saliva rica em albuminóides , sendo por isso também chamada de saliva albuminosa . Atua preponderantemente na mastigação doa alimen . É secretada pelas glândulas de secreção serosa : glândulas parótidas e glândulas de Ebner .
Mucosa
É a saliva rica em glicoproteínas tais como mucina. Atua preponderantemente na gustação e deglutição . É secretada pelas glândulas de secreção mucosa : acessórias palatinas , glossopalatinas , do coxim retromolar, da raiz da língua e as do palato mole e úvula .
Mista
É a saliva que ou tem mais albumina do que mucina (seromucosa) ou mais mucina do que albuminóides (mucosserosa) . Tem ação importante tanto na mastigação dos alimentos como na gustação e deglutição . É secretada pelas glândulas de secreção mista: submandibular, sublinguais maiores , glândulas de Rivinus , glândulas de Blandin e Nuhn, acessórias labiais e acessórias conjugais .
Mecanismos Determinantes e Reguladores da Secreção Salivar
A produção da saliva se caracteriza por uma secreção basal contínua (ou de repouso) , que serve para umedecer e proteger a mucosa oral , e por um aumento da demanda sobre as glândulas salivares principalmente durante a alimentação . Essas variações de fluxo envolvem não só o volume da saliva , como também os seus constituintes orgânicos e inorgânicos.
Composição química
Além de conter ar , que lhe dá os aspecto espulmoso , a saliva tem como principais componentes químicos : água (99,5%), ptialina (0,1%) , nitrogênio , enxofre , potássio , sódio , cloro , cálcio , magnésio , ácido úrico e ácido cítrico.
Possuem proteínas estruturais ( mucinas , estaterrina , aglutininas , lactoferrina , gustina e sialina ) , enzimáticas ( amilase , fosfatase ácida , estearase , lisozima , peroxidase, anidrase carbônica e calicreína ) e imunológicas ( imunoglobulinas , IgA salivar ou imunoglobulinas secretoras : SigA )
Propriedades dos componentes da saliva

Lactoferrina: liga-se ao ferro
Lizozima: se liga ao bicarbonato , flúor , iodo e nitrato , ligando-se ao cristal hidroxiapatita
Peroxidase: inibe a metabolização da glicose
IgA: inibe patógenos de entrarem no trato gastro-intestinal , aumenta a agregação das bactérias e remove da cavidade sem adesão
a-amilase: promove aderência das bactérias na hidroxiapatita
Estaterina: inibe a precipitação de sais de fosfato de cálcio , inibe o crescimento do cristal
Histatina: se liga a hidroxiapatita (idem acima)
Proteínas ricas em prolina: (idem acima)
Mucina: MG 1 – adsorve , na superfície dental , protegendo
MG 2 – idem acima , mas é facilmente retirada
Fluxo salivar

A saliva é secretada de forma contínua e em pequenas quantidades , mas com a presença ou lembrança de certos alimentos , ela pode se formar em grandes quantidades , de modo no homem adulto , por dia , ela pode chegar a um volume de 1 a 2 litros.
Volume – 1 a 2 litros por dia no homem adulto
Densidade – 1,005
PH- 6,2 a 7,2
Relação sódio / potássio – 1,3
Viscosidade – 1,03 a 3,74
Obs: Quanto mais viscosa a saliva , maior chance de formação de cárie , pois a mucina facilita a formação de placa bacteriana.

Estímulos para a secreção salivar

Como foi abordado anteriormente , a saliva é secretada de maneira contínua, constituindo a secreção basal ou de repouso , responsável pela umidade constante da mucosa oral . Há , entretanto , uma permanente modificação do fluxo e da qualidade da saliva de acordo com os estímulos que agem sobre as glândulas salivares.
Os estímulos da secreção salivar são classificados em térmicos ( calor ou frio ), mecânicos (mastigação) ou químicos . Entre estes últimos , o mais eficaz é a sensação gustativa agradável produzida pelos alimentos , porém as substâncias de sabor desagradável (ácidos , álcalis ,etc .) também causam aumento de secreção . O mesmo ocorre quando há distensão do estômago , presença de irritantes na mucosa oral e uso de próteses dentárias mal adaptadas .
Com relação ao estímulo mastigatório , no caso da mastigação unilateral , as glândulas do lado mais utilizado respondem com mais secreção do que as do lado menos utilizado .
As excitações salivares ocorrem através de dois mecanismos reflexos básicos que pode ser divididos em:
Reflexos salivares não condicionados
São aqueles que ocorrem sem treino prévio em todos os indivíduos da espécie (estímulos térmicos , mecânicos e químicos ).
Reflexos salivares condicionados
As repostas salivares precisam de treino repetitivo , sendo que a origem do estímulo não está na boca , mas em outro órgão sensorial , sobretudo na olfação e na visão . Por exemplo ,”ficar de água na boca” ao se ver ou se pensar num alimento apetitoso.
Controle da secreção salivar

Todo aparato secretório está sobre controle do sistema nervoso autônomo , sendo que os nervos simpáticos e parassimpáticos trabalham de maneira complexa e conjunta .A estimulação das fibras eferentes parassimpáticas produz o maior fluxo salivar capaz de se obter de uma glândula .

a) Ação do sistema parassimpático
Esse sistema de controle tem origem no bulbo cerebral , nos chamados núcleos salivares superior e inferior . Esses núcleos possuem íntima relação com os neurônios motores dos nervos glossofaríngeo e facial , respectivamente IX e VII pares cranianos .
As fibras motoras do glossofaríngeo saem do núcleo salivar inferior , fazem sinapse no gânglio ótico e inervam as glândulas parótidas .As fibras motoras do nervo facial emergem do núcleo salivar e , através do nervo lingual e posteriormente do corda do tímpano , inervam as glândulas submandibular e sublingual..
Considerando os nervos corda do tímpano e glossofaríngeo como integrantes do sistema parassimpático , a excitação desse sistema determina a estimulação da glândula salivar através do aumento da velocidade na formação da saliva , do consumo de oxigênio e da irrigação sanguínea da glândula

b) Ação do sistema simpático
O sistema simpático estimula a contratilidade de certas células (mioepiteliais) que envolvem as regiões responsáveis pela produção de saliva .
O resultado dessa estimulação é a expulsão da saliva pré-formada , aumentando transitoriamente o fluxo salivar.
Após alguns instantes , o fluxo salivar começa a diminuir devido à redução da irrigação sanguínea determinada pela vasoconstrição simpática (redução do calibre do vaso e conseqüente diminuição da irrigação sanguínea ) . Sendo assim, quando há uma hiperatividade simpática a boca fica seca , podendo até ocorrer dor e dificuldade na deglutição .

Funções da Saliva

A secreção salivar não está entre as funções primordiais de manutenção à vida . Entretanto , a partir do estudo de suas funções para a cavidade oral , pode-se perceber o papel fundamental desse fluído para a saúde da boca e , conseqüentemente , para a qualidade de vida de um indivíduo .
A principal função da saliva é a umidificação e a lubrificação da mucosa orofaríngea ( impedindo o seu ressecamento ) e dos alimentos , o que facilita a mastigação e a transformação do bolo alimentar a ser deglutido .
Na digestão bucal participa em todos os momentos . Na mastigação , a saliva serosa tem maior influência , na gustação e deglutição a saliva mucosa tem maior influência .
A insalivação se dá por uma ação química da enzima ptialina ( diástase ou amilase salivar ) –componente da saliva e que é um fermento de teor alcalino – sobre os alimentos , transformando a fécula(amido) em glicose , formando-se assim , o chamado “bolo alimentar”. A insalivação só termina quando o bolo alimentar chega no estômago .
A capacidade tampão é a capacidade que a saliva tem de neutralização da acidez bucal . Os ácidos bucais , que são formados a partir do processo de fermentação dos restos alimentares ( carboidratos ) pelas bactérias cariogênicas do meio bucal , são os responsáveis pela desmineralização do esmalte dentário , dando início à doença infecto-contagiosa , chamada cárie dentária (segundo a Teoria Acidogênica de Miller ) .
A saliva , por sua vez, com o seu teor alcalino , atua quimicamente neutralizando esses ácidos bucais , exercendo , portanto , uma função de proteção dos dentes contra a cárie dentária .
O conhecimento desse “efeito tampão” da saliva levou a comunidade científica de Odontologia a desenvolver os chamados “testes salivares”, para identificação das pessoas que têm alto risco de cárie , sendo hoje um dos métodos preventivos mundialmente usados no campo da saúde bucal.
É evidente que o fluxo salivar também é importante na proteção dos dentes contra a cárie dentária , pois quanto maior for a quantidade de saliva secretada , maior será a proteção do indivíduo contra a acidez bucal
A saliva humana contém a imunoglobulina secretória A(IgA) , cuja a função é de proteger o organismo contra os vírus que invadem os tratos respiratório e digestivo .Sabe-se também em que certos indivíduos essa imunoglobulina recobre certas bactérias da placa , tornando-as passíveis de fagocitose por neutrófilos bucais e , assim , deixando esses indivíduos com baixo risco de cárie ou mesmo cárie-imunes .
A saliva apresenta um efeito bactericida ou bacteriostático , ou seja , possui uma enzima que controla o crescimento microbiano, a lactoperoxidase (lisozima), sem a presença da saliva o dente pode cariar.
A saliva também apresenta um efeito gênese ectodérmica , ou seja , possui dois polipeptídeos , considerados fatores de crescimento . Um é o fator de crescimento epidermal (EGF) que promove o crescimento dos epitélios e acelera a erupção dos dentes .
Este fator também apresenta um efeito cicatrizante sobre os ferimentos , segundo alguns estudos , a cicatrização é mais rápida em 50% . O outro fator é o de crescimento do nervo glossofaríngeo (NGF) , o qual acelera o crescimento deste nervo. A saliva apresenta também apresenta um efeito articulador , o qual , promove a articulação da palavra ; e através da saliva são eliminados brometos , iodetos , etc.
Microbiologia da Saliva

Possui bactérias cocos gram positivas (Staphilococos , Streptococos) e cocos gram negativos ( Neisseria , Veilonella ) , bacilos gram negativos ( bacterióides , fusobacterium ), espiroqueta. As mais importantes são : S . mutans , S. salivariuse , S sagüis .
As funções dos microbiotas são favorecer o densenvolvimento da cárie em regiòes de sulcos , fossulas e fissuras ; promover aderência entre as glicoproteínas salivares ; na sacarose – polímeros adesivos ( enzima glicuroniltransferase : sacarose : glucano e frutano).
Cuidados com a Saliva

Os principais problemas da saliva são:
1) Contaminação do preparo cavitário
No ato da restauração dentária deve-se ter muito cuidado com o isolamento do dente a ser restaurado , para evitar que a saliva contamine o preparo cavitário ou, ainda , que ela conduza microorganismos patogênicos de meio bucal para o interior dos tecidos , por via intrapulpar .

2) Alteração química dos materiais restauradores
A saliva , também , ao se misturar com os materiais restauradores , pode-lhes causar alterações de cor , dar-lhes um tempo de vida menor , tornando-os menos consistentes , mais suscetíveis , portanto , a fraturas e ao processo de corrosão , etc .

3) Alteração na composição da saliva
Isto pode levar à alteração do odor da saliva , resultando em halitose ou , ainda , causar deficiência na gustação , resultando em hipogeusia . A saliva pode ter sua composição química alterada nos seguintes casos, principalmente : nos fumantes ; nos pacientes em regime de emagrecimento; nos pacientes que fazem uso de certos medicamentos ,como os anorexígenos , por exemplo ;nos casos em que há bloqueio dos órgãos emunctórios (glândulas de secreção) , e em enfermidades diversas , tais como na insuficiência supra-renal e outras .

4) Alteração da viscosidade da saliva
As alterações na viscosidade salivar também podem resultar em doenças obstrutivas das glândulas salivares , conhecidas por sialolitíases .

5) Alteração no fluxo salivar
As alterações no fluxo salivar também podem causar halitose . O fluxo salivar pode vir diminuído (xerostomia) ou aumentado (sialorréia) em relação ao fluxo normal .
6) Xerostomia
Ocorre quando o fluxo salivar é reduzido ao ponto de causar secura da boca . É causada por : medicamentos xerostômicos , como a atropina ; medicamentos anorexígenos ; radioterapia da cabeça e pescoço ; deficiência de vitaminas do complexo B ; nos pacientes diabéticos ; na menopausa ; na ansiedade ; o álcool e a cafeína podem reduzir o fluxo salivar ; e nos idosos a saliva é mais viscosa e em menor quantidade , causando-lhes uma halitose característica .

7) Sialorréia (sialismo / ptialismo)
Ocorre quando a saliva é produzida em grande abundância . Isto ocorre : por medicamentos sialogogos ,como a pilocarpina ; na intoxicação mercurial ; nos distúrbios gástricos (azia) ; na erupção dentária ; no estresse psicogênico , e nos pacientes com deglutição atípica .

8) Halitose
Alterações tanto na composição química da saliva como na sua viscosidade ou, ainda , no fluxo salivar podem produzir mudanças no seu odor , resultando em halitose

9) Fonte de transmissão de doenças
Além de todos os problemas citados anteriormente , devemos ter muito cuidado com a saliva , principalmente pela possibilidade de ela ser uma fonte de transmissão de doenças infecto-contagiosas as mais diversas , desde um simples resfriamento , passando por doenças estigmatizantes como a tuberculose até outras doenças mais complicadas e perigosas , como a hepatite B e a Aids .
Com relação à Aids , sabe-se que o HIV já foi isolado da saliva , mas ainda não se tem comprovação científica de que ela , pura e simplesmente , transmita esse vírus ; porém , se a mesma contiver resquícios de sangue ,por exemplo , poderá se transformar numa fonte perigosa de transmissão dessa doença.
A mesma coisa vale para a hepatite B , haja vista que na cavidade bucal o VHB fica mais concentrado nos sulcos gengivais , estando o cirurgião – dentista freqüentemente exposto à infecção por esse vírus ao executar rotineiramente raspagens subgengivais e curetagens gengivais muitas vezes em pacientes AgHBs positivos , situações em que sem duvida a saliva desses pacientes se misturará ao sangue extravasdo dos tecidos periodontais .
Outras doenças que podem ser transmitidas via saliva são : gripe , herpes , caxumba, sarampo , escarlatina , herpangina e outras .
Conclusão
Concluímos que a necessidade de o profissionais de Odontologia se resguardarem contra doenças desagradáveis , passando a adquirir o hábito rotineiro do uso de todos os meios de proteção disponíveis , tais como luvas , máscaras, gorros , óculos , aventais , etc . , não apenas quando forem manipular diretamente com sangue , mas sim durante todo o seu trabalho diário com pacientes, situação em que estão expostos à saliva dos mesmos.
Fonte: nossodentista.com

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Histologia

Férias se acabaram e lá vou voltar para brava rotina de acordar cedo e andar de onibus lotado. Não lembrava como isso era cansativo, há tempos tinha perdido esse costume. Então lá vou eu tentar melhorar a minha vida, fazer algo com mais seriedade e novamente fazer a disciplina de histologia e desenvolvimento buco-dental, e dessa vez tomara que eu faça algo que preste.Partindo para a parte que importa, o conteúdo acadêmico, o cronograma começa com histologia do sistema disgestório. E lá vou eu resumir o capítulo 15 do livro de histologia do junqueira...
O Trato Digestivo



O sistema digestivo consiste no trato digestivo - cavidade oral, esôfago, intestinos delgado e grosso,reto e ânus - e suas glandulas associadas - glandulas salivares, figado e pancreas. Sua funçao é obter a partir dos alimentos ingeridos, as moléculas necessárias para a manutençao, o crescimento e as demais necessidades enegéticas do organismo.

A primeira etapa do processo compleco conhecido como digestao, ocorre na boca, onde o alimento é umidecido pela saliva e triturado pelos dentes, formando pedaços menores, a saliva também inicia a digestao de carboidratos, devido a presença da amilase salivar.



Estrutura geral do trato digestivo


Trata-se de um tubo oco composto por uma luz, ou lúmem, cujo diâmetro é variável, circundado por uma parede formada por quatro camadas distintas:
  1. mucosa
  2. submucosa
  3. muscular
  4. serosa
A camada da mucosa é composta por: a) um resvestimento eptelial b) lamina propria (tec.conj.) e c) muscular da mucosa. A camada da submucosa é composta por tecido conjuntivo com muitos vasos sanguineos e linfátivos e també pode conter glandulas e tecido linfóide. A camada muscular possui células musculares lisas (oh!). A serosa é uma camada delgada de tecido conjuntivo frouxo.

As principais funcoes do revestimento eptelial do trato digestivo sao:
  1. promover uma barreira seletiva
  2. facilitar o transporte da digestao
  3. promover a absorçao dos produtos
  4. produzir hormônios que regulam a atividade intestinal.
Os nódulos linfóides abundantes na lamina propria da camada da mucosa e da submucosa protegem o organismo, em associaçao com o eptélio, da invasao bacteriana.

A cavidade oral

A cavidade oral é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, corneificado ou nao corneificado, dependendo da regiao. A camada córnea protege a musoca oral de agressoes mecanicas durante a mastigaçao e pode ser observada na gengiva e no palato duro.

Língua

A língua é uma massa de musculos estriado esquelético revestida por uma membrana mucosa cuja estrtura varia de acordo com a regiao. A superfície ventral ( inferior) da lingua é lisa enquanto
a superficie dorsal é irregular, recoberta anteriormente por uma grande quantidade de eminencias pequenas denominadas papilas. O terço posterior da superficie dorsal da lingua é separado por dois terços anteriores por uma regiao em forma de ''V''.

Papilas linguais

Sao elevaçoes do epitélio oral e lamina propria que assumem diversas formas e funções. Existem quatro tipos:
  1. papilas filiformes -nao possui botoes gustativos, formato conico alongado, numerosas e presentes em toda a superfície dorsal da lingua.
  2. pailas fungiformes -assemelham-se a cogumelos, possuem botoes gustativos
  3. papilas foliadas - rara em seres humanos
  4. papilas circunvaladas - localizadas na regiao do v lingual
Faringe

É uma regiao de transiçao entre a cavidade oral e os sistemas digestivo e respiratório, forma uma área de comunicaçao entre a regiao nasal e a laringe. A faringe é revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado na região continua ao esôfago e por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado contendo células caliciformes nas regiões próximas à cavidade nasal.

Esôfago
O esôfago é um tubo muscular cuja função é transportar o alimento da boca para o estomago. É revestido por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. De forma geral o esôfago possui as mesmas camadas que o resto do sistema digestório.
Estômago
É um órgão muscular oco, grande, em forma de feijão e que é dividido em três partes: a cárdia, o corpo (fundo) e o antro. A partir do esôfago, o alimento entra no estômago passando por um músculo aneliforme (esfíncter), que abre e fecha. Normalmente, o esfíncter impede que o conteúdo gástrico (do estômago) reflua ao esôfago. O estômago serve como uma área de armazenamento para os alimentos, contraindo ritmicamente e misturando o alimento com enzimas. As células que revestem o estômago secretam três substâncias importantes: o muco, o ácido clorídrico e o precursor da pepsina (uma enzima que quebra as proteínas). O epitélio que recobre a superfície do estomago e reveste as fossetas é colunar simples, e todas as células secretam um muco alcalino.

O muco reveste as células de revestimento do estômago para protegê-las contra lesões causadas pelo ácido e pelas enzimas. Qualquer rompimento dessa camada de muco – (p.ex., causada por uma infecção pela bactéria Helicobacter pylori ou pela aspirina) pode acarretar um dano que leva a uma úlcera gástrica. O ácido clorídrico provê o meio altamente ácido necessário para que a pepsina quebre as proteínas.

A alta acidez gástrica também atua como uma barreira contra infecções, matando a maioria das bactérias. A secreção ácida é estimulada por impulsos nervosos que chegam ao estômago, pela gastrina (um hormônio liberado pelo estômago) e pela histamina (uma substância liberada pelo estômago). A pepsina é responsável por aproximadamente 10% da degradação das proteínas. Ela é a única enzima capaz de digerir o colágeno, que é uma proteína e um constituinte importante da carne. Somente algumas substâncias (p.ex., álcool e aspirina) podem ser absorvidas diretamente do estômago e apenas em pequenas quantidades.
Intestino Delgado
O estômago libera o alimento ao duodeno, o primeiro segmento do intestino delgado. O alimento entra no duodeno pelo esfíncter pilórico em quantidades que o intestino delgado consegue digerir. Quando está cheio, o duodeno sinaliza ao estômago para que ele interrompa o seu esvaziamento. O duodeno recebe enzimas pancreáticas do pâncreas e bile do fígado. Esses líquidos, que entram no duodeno por um orifício denominado esfíncter de Oddi, contribuem de forma importante na digestão e na absorção.

O peristaltismo também auxilia na digestão e na absorção, agitando o alimento e misturando-o com as secreções intestinais. Os primeiros centímetros do revestimento duodenal são lisos, mas o restante apresenta pregas, pequenas projeções (vilosidades) e mesmo projeções menores (microvilosidades). Essas vilosidades e microvilosidades aumentam a área da superfície do revestimento duodenal, permitindo uma maior absorção de nutrientes. O jejuno e o íleo, localizados abaixo do duodeno, constituem o restante do intestino delgado. Esta parte é a principal responsável pela absorção de gorduras e de outros nutrientes.

A absorção é aumentada pela grande área superficial composta por pregas, vilosidades e microvilosidades. A parede intestinal é ricamente suprida de vasos sangüíneos, que transportam os nutrientes absorvidos até o fígado pela veia porta. A parede intestinal libera muco (o qual lubrifica o conteúdo intestinal) e água (que ajuda a dissolver os fragmentos digeridos).
Entre os vilos existem pequenas aberturas de glandulas tubulares simples denominadas glândulas intestinais, ou glândulas de Lieberkuhn. As glândulas intestinais possuem células-tronco, algumas células absortivas, células caliciformes células de paneth e células enteroendócrinas.
Intestino Grosso
O intestino grosso está bem adaptado para exercer suas funcoes: absorçao de agua, formaçao da massa fecal e produçao de muco. a lamina propia é rica em células linfoides e em nódulos que frequentemente se estendem até a submucosa. esta riqueza em tecido linfoide está relacionada a populaçao bacteriana abundante no intestino grosso.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Psicologia e Odontologia

As bases arquetípicas da prática de psicologia

Esta monografia consiste de uma proposta de aplicação dos conceitos de Psicologia Analítica em áreas afins. Procura-se demonstrar que toda atividade humana possui um padrão interno de organização; há sempre uma constelação arquetípica determinando nossos atos e pensamentos
Muitos profissionais não têm noção da profundidade dos eventos de suas vidas. A civilização ocidental valoriza o visível, o constatável. Costumamos não considerar os aspectos ocultos da nossa profissão e da vida em geral. Nossa cultura valoriza a razão, negligenciando o inconsciente, fonte de energia e criação.Baseando-se nos conceitos de Psicologia Analítica, fez-se uma tentativa de aplicação dos mesmos na Área da Saúde, especialmente na Odontologia.

O cuidado com a Região bucal é presente desde as épocas mais remotas. Pode-se dizer que trata-se de um situação arquetípica, onde uma pessoa zela pela saúde bucal de outra. A relação entre dentista e paciente pode ser melhor compreendida ao se analisar o simbolismo da Boca: é a sede da palavra, órgão de entrada e saída, veículo do prazer, da agressividade, e primeira fonte de contacto com o mundo externo (seio materno). O manuseio desta região tão complexa implica numa ativação de conteúdos internos aí projetados. O que se procura valorizar nesta monografia é o aspecto subjetivo da profissão de cirurgião dentista. Faz-se uma tentativa de enfatizar a pessoa do dentista e a pessoa do paciente; trata-se de focalizar quem executa a quem recebe o ato odontológico. Acredita-se que esta análise possa auxiliar no esclarecimento de alguns episódios freqüentes da prática clínica.

A relação paciente–dentista e a reação do paciente ao tratamento depende basicamente da interação dos complexos de ambos. O "medo do dentista" é algo tradicional, pode-se dizer até arquetípico. O profissional atento pode desempenhar melhor sua atividade, mediante a auto-análise e a percepção das dificuldades do paciente. Torna-se, assim, capaz de modificar a tonalidade de sua atuação, de acordo com o que a situação requer.
Foram identificados, a princípio, cinco arquetípos atuando sobre o cirurgião dentista. São eles:
O ARQUÉTIPO DA GRANDE MÃE
A boca associa-se à femilidade, à nutrição, à criação, ou seja, ao arquétipo da grande mãe. O cirurgião dentista possui uma atuação ambígua; promove simultaneamente saúde, nutrição, transformação, dor, invasão, medo. Assim sendo, a tonalidade com que o profissional articula o arquétipo da Mãe dentro de si influencia seu modo de atuação, promovendo desde uma atitude delicada até uma postura rígida em relação ao paciente. Este também se relaciona com o dentista de modo pessoal. Focalizando-se o arquétipo da Grande Mãe, conclui-se que o paciente que se relaciona mais com o aspecto sombrio deste arquétipo pode projetar no dentista a figura da "mãe terrível". O bom profissional dever ser capaz de lidar com esta situação de forma a beneficiar o tratamento. Isto requer uma capacidade de interiorização rara numa área como a Odontologia, onde o foco recai sobre técnicas e materiais.

A busca pela proteção, cuidado e amparo está relacionada à constelação do complexo materno. Esta procura geralmente se acentua nos momentos difíceis da vida, quando se busca o maternal na mãe, na Natureza, no médico, na igreja. Talvez seja esta uma explicação viável para a quantidade de doenças que se estabelecem em épocas de crise emocional, quando necessitamos de cuidados allheios. Os sintomas físicos podem ser expressões de desordens psíquicas. Este aspecto pode ser futuramente melhor detalhado, abrindo neste trabalho um espaço para a Psicossomática.

O ARQUÉTIPO DO PAI
Através da relação com o filho, o pai deve exercer e estimular nesta as ? da personalidade que constituirão o complexo paterno. É necessário que a criança encontre uma figura externa que sustente esta projeção.
Uma situação bastante comum em Odontopediatria é a recusa ao tratamento. O pequeno paciente pode muitas vezes ser agressivo, rebelde e indisciplinado. Cabe ao profissional, nesta situação, assumir uma postura rígida, autoritária, ordenadora. Deve transformar-se num pai temporário, para que este arquétipo se constele também na criança. Isto pode ser conseguido mediante o aumento no tom de voz, uma força maior no toque, uma imposição de disciplina. Na verdade, o paciente que requisita tal atitude é , quase sempre, um "pequeno manipulador" de situações, que conta com a cumplicidade da mãe. A necessidade de um pai ativo pode se manifestar durante o tratamento dentário, como tentativa inconsciente de integração desta possibilidade.

O ARQUÉTIPO DO HERÓI
Os profissionais da Área da Saúde deparam-se muitas vezes com casos de difícil resolução; estão constantemente personificando um herói para vencer a batalha contra a doença e o sofrimento. O perigo reside no fato de identificar-se com esta figura, deixando-a dominar a personalidade. A vivência heróica, quando excessiva, exige do profissional um desempenho que pode estar além da sua aptidão. Todos temos limites, mas aceitá-los parece ser difícil para os heróis da modernidade. Se o profissional não aceitar suas limitações, não poderá conduzir seus paciente à aceitação das mesmas.

Para desempenhar um papel com segurança, é preciso que se aprendam todos as suas modalidades. O profissional precisa saber de que é apenas o instrumento de manifestação dos arquétipos muitas situações estão além do seu controle, e a cobrança por parte da sociedade ou do próprio ego pode ser desgastante."A formulação e a transformação do ego ocorrem durante toda a vida, e a percepção de sua interdependência com o todo e da entrega final do ego é fundamental".( ANDREW SAMUELS, Jung e os Pós Junguianos, p-80).

O ARQUÉTIPO DO TRICKSTER
O Trickster corresponde a uma experiência psíquica interior. É descrito como tolo, caprichoso, malandro. É capaz de transformar-se e de desenvolver qualquer função. É criativo e divertido. A boa articulação do Trickster fornecer ao cirurgião dentista uma maleabilidade de atuação e uma capacidade de improvisação. Estas são características básicas no exercício da Odontopediatria. O Trickster é extremamente poderoso quando atua à nosso favor. O homem moderno parece Ter negligenciado a relação com o Trickster, que surge então quando nos encontramos à mercê de circunstâncias irritantes, que se opõem à nossa vontade.

O Trickster da mitologia indígena pode ser comparado à figura alquímica de Mercúrius, bem como à figura de Hermes da mitologia Grega, o deus que tem facilidade em movimentar-se na semi-obscuridade. O profissional da Área de Saúde deve ser capaz de circular pela luz e pelas trevas, pelo conhecido e pelo oculto. Desempenhará melhor seu papel se puder desenvolver um estilo hermédico, mercurial.

O ARQUÉTIPO DO CURADOR FERIDO
Na atualidade, os profissionais adotam uma postura de auto-imunidade às doenças, projetando-as integralmente no paciente. A compaixão e a impatia pelo sofrimento alheio parecem só existir naqueles que reconhecem a própria vulnerabilidade.
Ao voltarmos à mitologia, percebemos que QUÍRON, o centauro, era um curador que possuía uma ferida eternamente aberta. Este ferimento próprio é que lhe garantia a possibilidade de curar o próximo; através das projeções que faz e recebe do paciente, o curador experimenta suas próprias feridas. Gugenbühl-Craig afirma que não só o paciente tem um médico dentro dele, mas há também um paciente no médico (Gugenbühl-Craig, o Poder na Profissão de Ajuda).
Enfrentar e tentar curar o sofrimento do próximo é, na verdade, uma tentativa de lidar com o próprio sofrimento. Conscientizar-se disto é ser um profissional completo.O que se espera desta monografia é alertar os profissionais em questão para aspectos ainda inexplorados de sua área de atuação. É necessária uma maior consideração pela personalidade humana, pelas crenças e prioridades que possuímos enquanto indivíduos. Precisamos focalizar o paciente como um como um todo, a fim de obtermos melhores resultados clínicos.
Há um velho provérbio clássico da odontologia:"A Odontologia é uma profissão que exige dos que a ela se dedicam: os conhecimentos científicos de um médico, o senso estético de um artista, a destreza manual de um cirurgião e a paciência de um monge”. Vale aí acrescentar "o olhar profundo de um psicólogo”!
Autora: Selma Knopfholz Morgenstern Axelrud


terça-feira, 30 de junho de 2009

Prevençao em Saúde

TEMA: Etiologia e prevenção do Câncer bucal, da maloclusão e do traumatismo dentário.
Cancer Bucal:

Recomendações gerais quanto à prevenção, rastreamento e diagnóstico:
O câncer de boca é mais freqüente em indivíduos do sexo masculino e da faixa etária acima dos 50 anos, apesar do acentuado aumento da incidência nas mulheres e em jovens. Os principais fatores de risco são o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, associados ou não a trauma crônico, má higiene oral, baixa consome de caroteno e história familiar de câncer.

Prevenção e diagnóstico precoce:
Homens com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados, fumantes e portadores de próteses mal-ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.
Para prevenir o câncer de lábio, deve-se evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro solar e chapéu de aba longa). O combate ao tabagismo é igualmente importante na prevenção deste tipo de câncer.

Tumores do andar inferior de boca
As neoplasias malignas do andar inferior de boca, geralmente são ulceradas ou nodulares, de crescimento progressivo e indolor nas fases iniciais, causando uma série de sintomas conseqüentes à invasão de estruturas adjacentes.
Torna-se fundamental no diagnóstico da neoplasia maligna, o exame cuidadoso das mucosas da cavidade oral e das vias aerodigestivas superiores. A confirmação diagnóstica somente é possível através da biópsia prévia ao tratamento, devendo-se evitar investigações diagnósticas demoradas e onerosas que apenas retardam o início do tratamento.
O tratamento deve ser adequado às necessidades de cada caso em particular, tendo por base os resultados esperados de tempo e qualidade de sobrevida. Cada vez mais o paciente tem participado da decisão terapêutica após esclarecimento dos riscos e benefícios de cada uma das alternativas de tratamento. A escolha do método de tratamento depende das expectativas do paciente e dos resultados funcionais que podem ser alcançados. A radioterapia, apesar de oferecer o mesmo resultado oncológico, associase a complicações importantes a longo prazo como a xerostomia, cáries de irradiação, osteoradionecrose.
Pacientes sem condições clínicas para tratamento cirúrgico, portadores de tumores irressecáveis (metástases cervicais fixas) ou que não aceitam tratamento cirúrgico podem ser tratados por radioterapia.
O risco de tumores primários múltiplos em pacientes tratados por um primeiro tumor é dez vezes maior que o apresentado pela população geral sem câncer. Definimos como neoplasias primárias múltiplas aquelas que corresponderam aos seguintes critérios: cada tumor deve apresentar características de malignidade definidas; cada tumor deve ser distinto; a possibilidade de que um tumor seja metástase do outro deve ser excluída.
Cada caso de recorrência da neoplasia deve ter sua terapêutica planejada individualmente, levando-se em consideração critérios de operabilidade e ressecabilidade. Ainda que potencialmente ressecáveis, as recorrências não são operadas nos casos em que simultaneamente forem diagnosticadas metástases a distância. Quando a decisão inclui tratamento cirúrgico, o procedimento deve ser radical, com amplas margens de segurança. A quimioterapia sistêmica somente deve ser considerada uma opção para os casos não tratáveis por cirurgia ou radioterapia com intenção curativa.

Tumores do andar superior da boca
O estadio e a histologia dos tumores irão determinar a extensão da ressecção. O exame físico preciso é muito importante e a avaliação diagnóstica muitas vezes deverá incluir exames como a tomografia computadorizada para a melhor avaliação das estruturas invadidas pela neoplasia. Para estes tipos de tumores ainda existe a necessidade da presença de uma equipe multidisciplinar, que inclui dentista, protético, fonoaudiólogo e em alguns casos o cirurgião plástico.
O tratamento do câncer de palato duro é cirúrgico e lesões superficiais podem ser tratadas com a ressecção simples da mucosa e cicatrização por segunda intenção.
A radioterapia será indicada nos casos que apresentem margens cirúrgicas comprometidas pela neoplasia ou na presença de linfonodos cervicais concomitantes à radioterapia.

Tumores da mucosa jugal
São tumores relativamente raros, porém que ocorrem com extrema freqüência em alguns países como a Índia, onde o câncer oral é a neoplasia mais freqüente, em razão de hábitos locais como o de mascar betel e o de fumar invertido. Esta combinação aumenta a incidência de carcinoma espinocelular de boca em cerca de 4 a 15 vezes.
Tanto o tratamento cirúrgico quanto o radioterápico são equivalentes nesses casos.

Carcinoma epidermóide de lábio
É mais comum em indivíduos do sexo masculino com mais de 50 anos. Os locais mais freqüentes de desenvolvimento desse carcinoma são nos lábios superiores e inferiores.
Os objetivos do tratamento são: extirpação de todo o tecido comprometido; manutenção da competência oral em termos de fala, mastigação e retenção de saliva; manutenção satisfatória da estética labial; permissão de reabilitação precoce e retorno das atividades habituais.
As formas de tratamento são relativamente simples. Incluindo tratamento de lesão primária, conduta quanto aos linfonodos cervicais e reconstrução do tecido lesado.

ETIOLOGIA DA MALOCLUSÃO

Tradicionalmente, discute-se a etiologia da maloclusão começando com uma classificação clínica e voltando para as ''causas'' de várias maloclusões. Além disso, maloclusões que pareçam ser semelhantes e são classificadas igualmente podem ter origens totalmente diferentes. Essa discussão sobre etiologia será centralizada no tecido, o qual parece ser primariamente envolvido.
Particularmente durante o exuberante crescimento da infância, toda a região orofacial é altamente adaptável a quaisquer fatores etiológicos oportunos. A capacidade do sistema tecidual de se adaptar varia grandemente e toda adaptabilidade diminui com o envelhecimento. Portanto, o mesmo fator etiológico pode ter efeitos diferentes em idades diferentes e pessoas diferentes

Equação Ortodôntica
A equação ortodôntica é uma breve exposição do desenvolvimento de todas as deformidades dento faciais. Uma determinada causa original atua por certo tempo sobre um local, produzindo um resultado. Como não podemos isolar e identificar todas as causas originais, para facilitar o estudo, Dockrell as agrupou do seguinte modo:
-Hereditariedade
-Causas de desenvolvimento de origem desconhecida
-Traumatismo
-Agentes Físicos
-Hábitos
-Enfermidades
-Má nutrição
Veremos que existe certa superposição desses grupos. A duração da operação dessas causas e a idade em que elas são encontradas são funções do tempo e por isso são agrupadas em conjunto. Os locais primários principalmente envolvidos são:
-Ossos de esqueleto facial
-Os dentes
-O sistema neuromuscular
-As partes moles, excetuando o músculo
Note que cada uma das regiões envolvidas é formada por um tecido diferente. Osso, músculo e dentes crescem em diferentes velocidades e de diversas maneiras. Elas se adaptam ao impacto ambiental de modos diferentes. Independentemente da causa original de uma variação de crescimento, deve-se lembrar que o local em que esta causa apresenta seus efeitos é muito importante.
Muitas maloclusões são simplesmente variações clínicas significantes do crescimento normal e da morfologia. Ao contrário das enfermidades ou lesões patológicas, a má oclusão pode ser resultado da combinação de pequenas variações do normal, cada qual demasiado suave para ser classificada como anormal, mas sua combinação ajuda a produzir um problema clinico.

Locais etiológicos primários
O sistema neuromuscular desempenha seu papel primário na etiologia das deformidades dento faciais por efeitos de contrações reflexas no esqueleto ósseo e na dentição. Os ossos e dentes são afetados pelas muitas atividades funcionais da região orofacial. Essa região é uma fonte de enorme e variada absorção sensorial, tornando possível uma infinita variedade de atividades reflexas, todas as quais ajudam a determinar a forma esquelética e a estabilidade oclusal.

Sistema neuromuscular
Alguns padrões de contração neuromuscular são adaptáveis ao desequilíbrio esquelético ou mau posicionamento dentário: outros são fatores etiológicos primários. Padrões de contração não equilibrados são uma parte significativa de quase todas as maloclusôes. O tratamento da maloclusão deve envolver reflexos condicionados para levar a uma situação funcional mais favorável ao crescimento esquelético craniofacial e ao desenvolvimento da dentição e da oclusão ou poderá resultar em recidiva.

Osso
Visto que o osso da face (particularmente a maxila e a mandíbula) serve com base para os arcos dentários, aberrações no seu crescimento podem alterar as relações e funções oclusais. Muitas das mais graves e comuns maloclusões são originadas dos desequilíbrios esqueléticos craniofaciais. O tratamento ortodôntico de desarmonia esquelética deve ou alterar o crescimento esquelético craniofacial ou disfarçá-la, através da movimentação dentária, a fim de mascarar sua desarmonia.

Dentes
Os dentes podem constituir um local primário na etiologia da deformidade dentofacial de diversas formas. Exageradas variações de tamanho, forma número ou posição dos dentes podem provocar maloclusão. Um dos problemas mais freqüentes ocorre em casos de dentes que são muito grandes para os arcos nos quais se encontram (ou arcos muito pequenos para os dentes que sustentam). Os dentes podem ser movimentados no tratamento ortodôntico para corrigir a maloclusão, mascarar uma displasia óssea, ou auxiliar na remoção de uma disfunção neuromuscular.
Partes moles (excluindo músculo)
A função dos tecidos moles que não o neuromuscular não é claramente discernível na etiologia da maloclusão, nem tão importante quanto aquela dos três locais discutidos anteriormente. A maloclusão porem pode ser resultado de uma enfermidade periodontal e perda da fixação dentária e de uma variedade de lesões de tecido mole, incluindo estruturas da articulação temporomandibular.

Causas e Entidades clínicas
Há vários grupos de causas e manifestações clínicas específicas. Em alguns casos, conhece-se alguma coisa sobre os efeitos de uma causa específica, mas na maioria das vezes é obrigado a se generalizar.

Hereditariedade
A hereditariedade vem sendo indicada há muito tempo como uma causa da maloclusao. As más formações de origem genética podem aparecer pré-natalmente ou não serem vistas por muitos anos após o nascimento. O papel da hereditariedade no crescimento do esqueleto craniofacial e na etiologia das deformações dentofaciais tem sido objeto de vários estudos, mas surpreendentemente, pouco se sabe sobre o fato.

Defeitos de desenvolvimento
Defeitos de desenvolvimento de origem desconhecida é uma expressão aplicada de graves defeitos de caráter raro, provavelmente originários na falha de diferenciação em um período crítico do desenvolvimento embrionário.

Traumatismo
O traumatismo pré-natal ou lesões pós-natais também podem resultar em deformidades.

Agentes Físicos
Há indivíduos que fazem uma dieta mais rica em fibras, a qual estimula os músculos aumentando assim a carga de função sobre os dentes. Esse tipo de dieta geralmente produz menos cáries, maior média e largura dos arcos e um desgaste exagerado das faces oclusais dos dentes. Há evidencias que a dieta altamente refinada, mole, modernamente pastosa, desempenha um papel na etiologia da maloclusão.

Hábitos
Todos os hábitos são padrões de contração muscular aprendidos de natureza complexa. Certos hábitos servem como estimulo ao crescimento normal dos maxilares; por exemplo, a ação normal dos lábios e a mastigação. Os hábitos anormais que possam interferir no padrão regular decrescimento facial devem ser diferenciados dos hábitos normais que são parte de uma função oro faríngea normal e, portanto, desempenham um papel importante no crescimento crânio facial e na fisiologia oclusal. Os que nos interessam aqui são aqueles que provavelmente estão envolvidos na etiologia da maloclusão: sucção do polegar e de outros dedos, projeção da língua e sucção, sucção e mordida do lábio, postura, oncofagia e outros hábitos.

Enfermidade
Sabe-se que as enfermidades febris perturbam o período de desenvolvimento dentário durante a infância. Entretanto, na maioria das vezes, a enfermidade sistêmica tem um maior efeito qualitativo do que quantitativo no desenvolvimento da dentição. A maloclusão pode ser resultado secundário de algumas neuropatias e distúrbios neuromusculares e pode ser uma das seqüelas de outros problemas como escoliose por uso prolongado de aparelhos para a imobilização da coluna.
A disfunção endócrina pré natal pode se manifestas em hipoplasia do dentes. Distúrbios endócrinos pós natais podem retardar ou acelerar, mas geralmente não distorcem a direção do crescimento facial. Eles podem afetar a velocidade de ossificação dos ossos, o tempo de fechamento da sutura, o período de erupção dos dentes e a velocidade de reabsorção dos dentes decíduos.
As alegações de que a enfermidade nasofaríngea e/ou a função respiratória perturbada afetam o crescimento craniofacial e produzem maloclusão tem sido debatidas.As infecções e outros distúrbios da membrana periodontal e gengival tem um efeito direto e altamente localizado nos dentes. Podem causar perda dos dentes, alterações no padrão de fechamento da mandíbula. Tumores, cáries, perda prematura do dentes decíduos, distúrbios na seqüência de erupção dos dentes permanentes e a perda destes também são fatores etiológicos da maloclusão.

Má nutrição
A má nutrição afeta mais a qualidade dos tecidos em formação e os índices de calcificação do que o tamanho e as partes. À medida que os efeitos locais são de interesse, o papel da ingestão de fluoreto e carboidratos refinados na produção de cárie é bem conhecido. Apesar de não haver nenhuma má nutrição que seja patognomonica de qualquer deficiência nutricional típica e comum, uma boa nutrição desempenha importante papel no crescimento e manutenção de boa saúde corporal e na higiene oral.

Conclusão
As maloclusões têm origem no desequilíbrio entre os sistemas em desenvolvimento que formam o complexo crânio facial, desequilíbrios estes com os quais a face não pode competir.

TRAUMATISMO DENTÁRIO

O estudo da distribuição e da etiologia do traumatismo dental constitui fonte inesgotável de investigações em todo o mundo devido às diferenças sociais, econômicas, culturais e geográficas entre nações e até mesmo entre diferentes regiões de um mesmo país ou estado. Isso determina mudanças drásticas nos tipos de traumas ocorridos, na ocorrência e prevalência de acordo com idade e sexo, e principalmente nas causas que levam aos acidentes traumáticos. Segundo diversos autores, outros fatores também influem, como o local de atendimento, (clínicas costumam deparar-se com casos de menor gravidade, enquanto os hospitais atendem os casos mais graves) e até mesmo a época do ano, devido à tendência de maiores índices no verão e nas férias escolares. Ademais, com o passar dos anos, a tendência é de agravamento dos índices de traumatismo, devido a aspectos como o aumento da violência, maior participação dos jovens em esportes de contato e aumento dos índices de acidentes automobilísticos.
Devido ao exposto, a discussão acerca dos resultados encontrados por nós em comparação aos trabalhos encontrados na literatura, torna-se muitas vezes dificultosa, uma vez que o relacionamento entre os fatores em diferentes regiões do mundo é, amiúde, ineficiente.
A maior ocorrência de traumatismos no sexo masculino (70,9%) encontrada por nós é corroborada pela maioria dos trabalhos encontrados na literatura, tanto na avaliação da incidência, aspecto estudado por nós, quanto na avaliação da prevalência. A tendência, porém é que com o passar dos anos, aumentem as ocorrências no sexo feminino, devido à maior participação das mulheres na sociedade. Os índices obtidos por nós com relação à ocorrência de acordo com a idade dos pacientes encontram relacionamento com os índices de diversos trabalhos, e ocorre aí uma peculiaridade: em grande parte das pesquisas parece haver um pico, em ocorrência e prevalência, aos 10 anos de idade. A maior diferença na ocorrência de traumatismo dental entre os sexos parece ocorrer na adolescência e juventude, dos 11 aos 25 anos. Em um estudo irlandês, a ocorrência de traumatismos em pacientes em idade adulta revela não haver discrepâncias relevantes entre os sexos, fato também encontrado por nós, que, entretanto, não é confirmado em um estudo realizado na Turquia.
Em relação ao número de dentes afetados por acidente, dentes e arcada atingidos, nossos índices são semelhantes a resultados de estudos realizados em clínicas e hospitais universitários. Porém nossos registros referem-se não só a atendimentos realizados na Universidade, que claramente atende casos de maior gravidade, mas também a atendimentos realizados em consultórios particulares. Portanto, carece-se de mais estudos de nossa parte, analisando esse aspecto.
A etiologia dos acidentes talvez seja a variável mais discrepante encontrada na literatura, devido à maior influência de inúmeros fatores externos. Nossos resultados demonstram uma clara diferença entre os sexos de acordo com determinada causa. Em relação às quedas e pancadas diversas ocorre um equilíbrio, comparável aos índices em relação ao sexo (70,9% - 29,1%). Porém em relação aos acidentes na prática de esportes, acidentes automobilísticos e brigas ocorreu uma predominância do sexo masculino, obviamente devido à maior participação dos homens nos aspectos citados. Entre os esportes, o futebol é o responsável pela maior quantidade de casos, visto que é o esporte mais praticado em nossa região. Oportunamente devemos lembrar que medidas de prevenção deveriam ser tomadas visando minimizar as causas dos traumatismos dentais ocasionados na prática esportiva. Os índices de traumatismos em acidentes automobilísticos também poderiam ser evitados com o uso de cinto de segurança, uma vez que na grande maioria dos casos de acidentes envolvendo a dentição, os pacientes não fazem seu uso. As duas ocorrências registradas como outras, referem-se à tentativas de abrir garrafa de refrigerante com os dentes. Nossos resultados em relação à etiologia vão ao encontro de outros estudos. Em trabalhos com resultados discrepantes aos nossos, além das diferenças regionais citadas, ocorrem também diferenças de metodologia agrupando as causas em grupos diferentes, o que dificulta qualquer comparação.
A comparação dos casos de acordo com o tipo de traumatismo é dificultada pelos diferentes métodos de classificação utilizados, como o da Organização Mundial de Saúde, de Garcia-Godoy e de Andreasen, este último a nosso ver mais completo, e, portanto, utilizado em nosso estudo. Entretanto, comparando-se os resultados levando-se em conta apenas a classificação em injúrias aos tecidos duros e ao periodonto, nossos resultados encontram respaldo em alguns trabalhos encontrados na literatura. Outro fator, já citado, que dificulta comparações é a diferença nos tipos de traumatismos encontrados em clínicas e hospitais. As clínicas deparam-se mais com fraturas dentais, enquanto hospitais têm maior número de lesões ao periodonto. Os índices encontrados por nós, por ser um estudo misto, possui aspectos referentes aos dois ambientes, e devem ser desmembrados em trabalhos futuros, para resultados mais conclusivos.
Por outro lado, alguns índices encontrados por nós não correspondem à realidade clínica. A concussão obviamente acontece com mais freqüência, porém a dificuldade do diagnóstico pela sua natureza de associação aos outros traumas, principalmente fraturas de coroa, e a menor gravidade, que não leva o paciente a procurar ajuda profissional, faz com que os índices encontrados sejam baixos.
O presente estudo presta-se também para alertar ao clínico quanto ao correto diagnóstico, atendimento emergencial, e acompanhamento, além da informação aos pacientes envolvidos em situações de risco acerca da prevenção dos acidentes, reduzindo-se assim a ocorrência e as seqüelas inerentes a grande parte dos casos. Alerta-se também para que o profissional que realizou o atendimento comunique o caso à Universidade ou instituição de saúde, para que estudos cada vez mais abrangentes sejam realizados. Os dados obtidos por nós servem também como base para novos trabalhos, investigando separadamente cada aspecto estudado no presente estudo.

Devido às múltiplas causas dos traumatismos bucais, a prevenção envolve diversas áreas. No caso de automóveis, a engenharia de controle determina a presença de air bag, cintos de segurança e painéis de proteção que constituem em dispositivos para prevenir ou minimizar os traumatismos. O uso de protetores bucais durante as práticas esportivas, capacetes para motociclistas e acompanhantes, cadeiras especiais para o transporte de crianças em veículos, também, são importantes na prevenção de injúrias.
A educação quanto ao risco de acidentes quando motoristas dirigem em alta velocidade ou alcoolizados e em outras situações.
Outras medidas de prevenção:
-Evitar situações de risco, como o uso de andarilhos para bebês.
-Evitar dar golpes na boca e brincadeiras com objetos perigosos.
-Atar sempre os cordões dos sapatos.
-Ter um comportamento adequado quando se espera ou sobe para um transporte, ou quando se anda de bicicleta.
-Não tirar tampas das garrafas com a boca, nem introduzir objetos na boca.
- Usar a escada na entrada e saída das piscinas.
- Usar cinto de segurança quando anda de carro.
- Usar protetores bocais quando praticar desportos de risco.

BIBLIOGRAFIA

o http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=324

o ANDREASEN, J.O., ANDREASEN, F. M. Text book and color atlas of traumatic injuries to the teeth. 3.ed. Copenhagen: Munksgaard, 1994, 478p.

o BARMES, D. E. Epidemiology of dental disease. J. Clin. Periodontol., v.4, n.5, p.80-93, Fev. 1979.

o FDI/WHO. Changing patterns of oral health and implications for oral health manpower: Part I. Int. Dent. J., v.35, n.3, p.235-51, Sep.1985.

o PETERSSON, H. G. BRATTHAL, D. The caries decline: A review of reviews. Eur. J. Oral Sci., v.104, n.4, p.436-43, Aug.1996.

o Traumatismos Dentários - Primeiros Socorros e Prevenção por M.ª das Dores Lopes; José Paiva de Amorim; Alfeu Levi Baptista 2007

o Ortodontia, Robert E. Mayers, 4ª ediçao, Editora Guanabara koosan S.A.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sobre saúde bucal.

A Associação Brasileira de Odontologia (ABO) uniu-se a uma grande indústria de produtos para a higiene dental e resolveu estabelecer outubro como o mês da saúde bucal. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 5 bilhões de pessoas no mundo sofrem de cárie. Somando outros problemas bucais, esse número pode atingir uma proporção inacreditável.Se a saúde começa pela boca, ali mesmo há um grande time de inimigos que devem ser combatidos, preferencialmente em regime de prevenção.
Placa bacteriana, gengivite, periodontite, tártaro, sensibilidade, erosão ácida. Muitos são os problemas que podem comprometer a saúde bucal e, em decorrência, a do organismo como um todo.
O periodontista Leandro Prudente recebeu a reportagem para esclarecer os problemas bucais e explicar melhor como a qualidade de vida pode ser ampliada por meio de pequenos cuidados e da prevenção.
De uma forma mais explícita, como podemos definir a saúde bucal?
Saúde bucal representa uma porção indivisível da saúde geral. Ter saúde bucal não significa apenas possuir dentes perfeitos e gengivas saudáveis, mas indivíduos saudáveis com boca saudável. A boca é um meio pelo qual nos comunicamos e expressamos nossos melhores (e piores) sentimentos. Ter saúde bucal é poder sorrir quando estamos felizes, é não trincar os dentes quando estamos nervosos, é não deixar de escová-los quando estamos tristes, ansiosos ou deprimidos. A saúde do indivíduo reflete o ambiente em que ele vive, o nível de informação que possui, o acesso a tratamento e a educação para prevenir e autopromover a sua saúde.

Como o indivíduo pode reconhecer se tem uma boca saudável?

Boca saudável é aquela sem doença como a cárie e a doença periodontal, sem feridas ou manchas, sem mau hálito e que proporcione boa mastigação, deglutição e comunicação, além de ser esteticamente agradável. É importante reconhecer a interligação entre os diversos sistemas do corpo. Desta forma, dentes sem cárie e gengivas saudáveis fazem com que você tenha uma boa mastigação. A boa mastigação proporciona uma boa digestão e, portanto, uma boa absorção de nutrientes e assim por diante. A estética tão cultuada também é importante. É muito legal poder sorrir sem traumas, porém não adianta ter dentes fortes com a gengiva sangrando. O importante é o equilíbrio dos componentes da cavidade bucal.

Que providências a pessoa deve tomar para garantir essa saúde bucal?

Ter saúde bucal é, antes de tudo, um desejo e preocupação individual, ou seja, você precisa querer ser colaborador eficaz na promoção de sua saúde bucal. Mais de 75% dos brasileiros acima de 25 anos tem algum problema com a gengiva. É mais comum do que se imagina!

Mas, que problema é esse? O que é a doença gengival?

A doença gengival é um tipo de inflamação ou infecção que ocorre na boca. A gengivite, estágio inicial da doença gengival e mais fácil de ser tratada, é uma inflamação da gengiva causada pelo acúmulo da placa bacteriana (película delicada, pegajosa e incolor que se forma acima da gengiva). A placa bacteriana oferece abrigo para mais de 400 tipos de bactérias e outros microorganismos, que se desenvolvem e se proliferam. Se não for devidamente removida pela escovação e pelo uso do fio dental, a placa bacteriana pode formar-se nos dentes e na gengiva, acarretando a gengivite. Felizmente, a gengivite pode ser tratada, evitando sua evolução para a periodontite (estágio mais sério e prejudicial da doença gengival).

Como a pessoa pode saber se tem gengivite?

Os sinais clássicos da gengivite são as gengivas avermelhadas, inchadas e sensíveis, que podem sangrar durante a escovação. É importante ter em mente que somente um profissional da odontologia pode avaliar de forma integral sua saúde bucal e determinar se você tem ou não alguma doença gengival (gengivite ou periodontite). Como alguns sintomas da gengivite não causam dor, a doença pode permanecer sem tratamento durante vários anos, caso não seja diagnosticada pelo dentista. Os sinais da periodontite incluem a presença de ulceração, retração gengival, frouxidão ou separação de dentes permanentes, qualquer alteração na oclusão dos dentes e mau hálito recorrente e/ou gosto desagradável na boca. Visitas regulares ao dentista ajudam a prevenir a periodontite.

Existe alguma forma de evitar a gengivite?

A chave para a prevenção da gengivite é a remoção da placa bacteriana que se acumula nos dentes. São extremamente importantes nesse sentido os exames regulares e a raspagem e profilaxia profissional dos dentes. Da mesma forma, é crucial a higiene bucal em casa.

O problema mais comum, e provavelmente o que leva as pessoas pela primeira vez ao consultório, é a cárie dentária? Como explicar a cárie?

A cárie dentária é uma doença infecciosa e transmissível, causada por bactérias. Os microorganismos cariogênicos, em ambiente favorável, formam colônias que se aderem ao dente, constituindo a chamada placa bacteriana dental, e acabam por promover uma desmineralização do esmalte dentário. Se este processo não for interrompido, a cárie se desenvolve, formando uma cavidade.

Que medidas a pessoa deve adotar para manter a saúde bucal?

Estabelecendo hábitos saudáveis, que garantam o equilíbrio no organismo. Para que doenças se estabeleçam na cavidade bucal, é necessário que haja um quebra do equilíbrio, seja por baixa de fluxo salivar, seja por consumo de alimentos (qualidade, quantidade e freqüência) ou por falta de uma higienização adequada, que influenciam de forma direta a quantidade e a qualidade da microbiota bucal.


Algumas medidas para a boa manutenção do equilíbrio bucal

A ingestão de 8 copos de 300 ml de água por dia, importante para a manutenção do fluxo salivar, que tem função de limpeza fisiológica da boca e, por meio de sua capacidade tampão, do equilíbrio do pH bucal.

Evitar alimentar-se entre as refeições, pois geralmente estes “beliscos” não são seguidos de uma higienização adequada, além de dificultar o restabelecimento de um pH satisfatório na cavidade bucal, o tempo de permanência do alimento na boca e a quantidade de vezes que ele é ingerido são fundamentais para o aparecimento da cárie.

A qualidade dos alimentos é muito importante, quanto mais pegajoso for o alimento, maior é o tempo de permanência dele na cavidade bucal e, portanto, maior o seu potencial cariogênico (biscoito recheado, bala caramelo etc.). Deve-se atentar, também, para alimentos que possuam açúcar oculto, como é o caso do ketchup. Os alimentos mais fibrosos promovem um estímulo maior das glândulas salivares, atuando de forma positiva na intensidade de seu fluxo.

A higienização bucal deve ser feita de forma adequada, usando a escova dental compatível com a sua boca, creme dental fluoretado não muito abrasivo, fio dental e limpador de língua. Os enxaguatórios bucais só devem ser usados em casos específicos, por conterem, em sua maioria, álcool em sua composição, o que promove uma maior descamação de células epiteliais na cavidade bucal, propiciando a halitose.


Os problemas bucais mais comuns

Placa bacteriana
Diariamente, uma camada de bactérias circula na superfície dos seus dentes. Essas bactérias, em contato com os resíduos alimentares e a saliva, formam a placa bacteriana. Apesar de quase invisível, o acúmulo da placa bacteriana é a causa da cárie, do tártaro e de doenças da gengiva.

Gengivite
O acúmulo da placa bacteriana também tem efeitos na gengiva, que se torna inflamada, inchada e, por vezes, apresenta sangramento. O sangramento gengival é um sinal de doença da gengiva. Essa doença é chamada gengivite. Essa situação sem tratamento pode levar a uma forma mais grave do problema.

Periodontite
Quando a doença deixa de estar restrita à gengiva (gengivite) e afeta outras estruturas de suporte dos dentes, principalmente o osso e o ligamento periodontal que o une ao dente, a doença passa a chamar-se periodontite. Formam-se bolsas entre os dentes e a gengiva, que são muito difíceis de se higienizarem durante a escovação. Isso é um fator que permite a progressão da doença, podendo ocasionar a perda do dente, se não tratada a tempo.

Tártaro
Se a placa bacteriana não for removida regular e eficazmente, poderá endurecer e formar o tártaro. Uma vez formado, o tártaro só poderá ser removido pelo dentista

Cárie dentária
As bactérias presentes na placa bacteriana produzem ácidos, a partir da nossa alimentação, que podem atacar o esmalte dos dentes. Apesar de o esmalte ser a substância mais dura do nosso organismo, ele é dissolvido por esses ácidos. As lesões provocadas (cáries), se não forem tratadas, vão aumentando de tamanho, podendo levar à perda do dente.

Mau hálito
Apesar de poder apresentar outras causas, o mau hálito é freqüentemente provocado pelo acúmulo de placa bacteriana e/ou presença de doenças bucais. A remoção da placa bacteriana é fundamental para um hálito fresco, assim como para a manutenção de uma boa saúde bucal

Sensibilidade
Sensibilidade dental é a dor causada pela exposição da dentina, em virtude de uma cárie ou fratura dental ou pela retração gengival. Como a raiz é coberta pelo esmalte, os milhares de canalículos dentinários ficam expostos, comunicando-se com os prolongamentos do nervo. Assim, quando alimentos frios, quentes ou doces entram em contato com as extremidades dos nervos pela movimentação de líquidos no interior dos canalículos, estes são estimulados e respondem mediante dor

Erosão ácida
Erosão ácida é o desgaste precoce do esmalte dos dentes e é causada principalmente por alimentos e bebidas ácidas como vinagres, refrigerantes, sucos e frutas ácidas. Algumas das conseqüências da erosão ácida são o amarelamento dos dentes, bem como pequenas fissuras, alteração na forma dos dentes e sensibilidade


Fonte: ABO – Associação Brasileira de Odontologia/Colgate